Pesquisa da CNC aponta redução no número de endividados pelo segundo mês consecutivo, mas alerta para aumento do peso das dívidas em 2025.

Queda no Endividamento: Um Alívio Temporário

Pelo segundo mês consecutivo, o número de famílias endividadas no Brasil apresentou redução. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice de famílias endividadas caiu para 76,1% em janeiro de 2025. Este dado representa uma redução de 0,6 ponto percentual em relação a dezembro de 2024 e de 2 p.p. em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Dívidas Pesando Mais no Orçamento Familiar

Apesar da queda no número de endividados, o comprometimento da renda com dívidas atingiu 30% em média, um aumento de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior. Mais alarmante ainda é o crescimento da percepção de endividamento, com 15,9% das famílias se considerando “muito endividadas”, um aumento em relação aos 15,4% registrados no final de 2024.

Segundo José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, “o cenário de juros elevados e maior seletividade de crédito impacta diretamente a vida dos consumidores, exigindo esforço adicional para equilibrar as finanças”.

Famílias Mais Vulneráveis Sentem Maior Impacto

Entre os grupos analisados, as famílias com renda de até três salários mínimos continuam a ser as mais impactadas. Apesar de uma redução pontual em janeiro, o índice de endividamento para este grupo subiu na comparação anual, alcançando 79,5%. Já as famílias com maior renda (acima de 10 salários mínimos) apresentaram maior alívio, com o endividamento caindo de 66,1% para 65,3%.

Cartões de Crédito e Novas Tendências no Endividamento

Os cartões de crédito seguem liderando como a principal modalidade de endividamento, representando 83,9% do total de dívidas. Contudo, modalidades como crédito pessoal e carnês têm registrado crescimento, atingindo 10,9% e 16,8%, respectivamente.

Perspectivas para 2025: Alerta para o Endividamento

Apesar dos recentes sinais de melhora, a CNC projeta que o endividamento pode voltar a crescer nos próximos meses, com estimativas de 77,5% das famílias endividadas e 29,8% inadimplentes até o final do ano.

De acordo com Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, “a combinação de juros altos e maior dependência de crédito tende a agravar os desafios financeiros das famílias brasileiras, exigindo mais planejamento e cautela no uso do crédito”.

Créditos: Agência Brasil

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Por Redação JBR.NEWS