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Lula defende que Ibama autorize explorar petróleo na Foz do Amazonas

Região tem grande potencial de conter reservatórios
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quarta-feira (12), que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorize a Petrobras a realizar perfurações exploratórias na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial, no litoral do Amapá. Segundo o presidente, a região apresenta um grande potencial de conter importantes reservas de petróleo, mas a exploração tem gerado controvérsias devido a preocupações ambientais levantadas por especialistas e organizações.

Em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, Lula enfatizou a necessidade de realizar estudos para confirmar a viabilidade e a extensão das reservas. “Não é que vou mandar explorar, eu quero que ele seja explorado. Mas, antes disso, precisamos pesquisar. É fundamental saber se existe petróleo, em qual quantidade, porque, muitas vezes, perfuramos poços profundos sem encontrar o que esperávamos”, afirmou.

O presidente também destacou a importância de diálogo entre o governo e os órgãos reguladores. “Talvez nesta ou na próxima semana haja uma reunião com a Casa Civil e o Ibama para destravar essa questão. Não dá para continuar nesse impasse, como se o Ibama fosse contra o próprio governo”, criticou.

Debate sobre exploração

A Margem Equatorial, que abrange cinco bacias marítimas, incluindo a da Foz do Amazonas, teve sua licença para prospecção negada pelo Ibama em maio de 2023. Na ocasião, o órgão apontou inconsistências técnicas relacionadas à segurança e à proteção ambiental, especialmente no Plano de Proteção à Fauna. Desde então, o tema tem gerado intensos debates, dividindo opiniões entre defensores do desenvolvimento econômico e ambientalistas preocupados com possíveis impactos à biodiversidade da região.

Lula argumentou que a Petrobras possui expertise comprovada em exploração de petróleo em águas profundas e destacou o compromisso da estatal em seguir todos os procedimentos necessários para mitigar impactos ambientais. “Precisamos dessa riqueza para financiar a transição energética que tanto almejamos. Mas isso será feito com responsabilidade, garantindo que não haverá prejuízos significativos ao meio ambiente”, garantiu.

Investimentos e desafios

O Plano Estratégico da Petrobras para 2024-2028 prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial, incluindo a perfuração de 16 novos poços. No entanto, até o momento, a estatal possui autorização do Ibama para operar em apenas dois deles, localizados na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.

Em relação à Bacia da Foz do Amazonas, o processo de licenciamento ainda enfrenta obstáculos. Em outubro de 2024, o Ibama solicitou novos esclarecimentos sobre o Plano de Proteção à Fauna, exigindo melhorias no tempo de resposta em emergências e na presença de veterinários a bordo, além de um aumento no número de helicópteros disponíveis para operações de resgate em caso de vazamentos.

Contexto histórico

Desde a década de 1980, a Margem Equatorial brasileira tem sido alvo de estudos voltados para a descoberta de novas reservas de petróleo. Apesar de mais de 700 poços terem sido perfurados em águas rasas ao longo dos anos, muitos foram abandonados devido a acidentes mecânicos ou pela ausência de descobertas significativas.

O interesse na região foi renovado em 2015, após a Guiana, país vizinho, identificar grandes volumes de petróleo na Bacia Guiana-Suriname, estimados em 11 bilhões de barris. Esse sucesso despertou o apetite de investidores e reforçou a percepção de que as bacias sedimentares brasileiras têm potencial semelhante.

A exploração na Foz do Amazonas continua a ser um tema sensível, que demanda equilíbrio entre os interesses econômicos e a preservação ambiental, além de um diálogo transparente entre governo, sociedade e órgãos reguladores.

Créditos: Agência Brasil

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