Enel poderá ter contrato renovado por 30 anos após decisão da Aneel
Prefeitura de São Paulo se opõe à medida
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na reunião de sua diretoria, a prorrogação de contratos de 19 concessionárias de distribuição, incluindo o contrato da Enel em São Paulo. A renovação será de 30 anos e tem gerado controvérsia, especialmente após apagões causados por chuvas intensas e furtos de fios em áreas sob responsabilidade da distribuidora.
A renovação do contrato da Enel já era discutida no setor, mas a medida se tornou ainda mais polêmica após apagões, como o que afetou a região metropolitana de São Paulo em novembro de 2023. A interrupção de energia foi seguida por cobranças públicas de órgãos estaduais, municipais e federais, como a Advocacia-Geral da União e a própria Aneel. Em resposta, a empresa alega ter modificado seus protocolos e equipes para melhorar os tempos de resposta e evitar novos problemas.
Ainda neste mês, após uma breve tempestade, a Enel informou que cerca de 56 mil clientes estavam sem energia, além de ocorrências comerciais, como em áreas do centro de São Paulo, que ficaram sem eletricidade, prejudicando o comércio e até a segurança local.
Decisão da Aneel e impacto para o setor
Na reunião pública ordinária do dia 25 de fevereiro, a Aneel formalizou a renovação dos contratos com a Enel e outras concessionárias, com ênfase na melhoria dos serviços prestados. A medida visa modernizar cláusulas relativas à satisfação do consumidor e à qualidade do serviço, além de aumentar a resiliência das redes de distribuição frente a eventos climáticos adversos.
A Aneel anunciou que, com os novos contratos, será exigido das distribuidoras um percentual mínimo de conjuntos elétricos em conformidade com os limites definidos pela agência, o que deverá melhorar a continuidade dos serviços, especialmente em áreas rurais e menos densamente urbanizadas.
Para garantir a renovação automática, as concessionárias deverão renunciar a ações judiciais contra os contratos e pagar multas suspensas, que totalizam R$ 943 milhões, um valor que engloba as multas contestadas por 19 empresas do setor.
Posição da Prefeitura de São Paulo
A Prefeitura de São Paulo se mostrou contrária à renovação do contrato e manifestou repúdio à decisão da Aneel. A gestão de Ricardo Nunes afirmou que “repudia e se manifesta contrária a qualquer possibilidade de renovação do contrato de energia entre o Governo Federal e a concessionária”. O município criticou a Enel por tratar os paulistanos com desrespeito e, por meio da Procuradoria-Geral do Município, avalia medidas judiciais contra a União e a Aneel.
A prefeitura também solicitou maior autonomia para fiscalizar a Enel e para influenciar na escolha de novos contratos de concessão.
Processo de renovação e próximos passos
O processo de renovação já passou por 40 dias de consultas públicas, que receberam mais de mil contribuições. Agora, as distribuidoras têm 30 dias para pedir a antecipação da renovação dos contratos. Em seguida, a Aneel terá 60 dias para avaliar os indicadores técnicos e econômico-financeiros das empresas e encaminhar sua recomendação ao Ministério de Minas e Energia (MME), que terá 30 dias para se manifestar. Por fim, as distribuidoras terão 60 dias para assinar os aditivos aos novos contratos de concessão.
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Redação JBR News
Créditos: Agência Brasil
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