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Guarulhos tem orçamento bilionário na Saúde, mas falta atendimento médico – onde está o dinheiro?

A cidade de Guarulhos, a segunda mais populosa do estado de São Paulo, enfrenta uma crise crônica na saúde pública, apesar de contar com um orçamento bilionário. De acordo com reportagem do SPTV, a arrecadação municipal segue crescendo, mas a destinação de recursos para a área da saúde vem diminuindo. Enquanto isso, a população sofre com falta de médicos, demora no atendimento e escassez de remédios.

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Atendimento Demorado e Fila Gigantesca

Moradores relatam que conseguir atendimento médico na cidade se tornou uma tarefa quase impossível. Exames simples, como a aferição de pressão arterial, podem levar horas de espera. Já exames mais complexos, como a endoscopia, chegam a ter uma fila de espera de até dois anos.

No final do ano passado, a crise atingiu um novo patamar quando o Centro de Especialidades Médicas, no Jardim Cumbica, praticamente parou de funcionar. O contrato com uma organização social responsável pelo atendimento venceu, deixando cerca de 300 médicos sem vínculo com o município. Com isso, a unidade fechou as portas e manteve os pacientes sem qualquer assistência.

Orçamento Bilionário, Saúde Sucateada

Os números da crise são alarmantes. Desde 2020, a receita orçamentária de Guarulhos cresceu quase 63%, ultrapassando R$ 6 bilhões em 2023. No entanto, a fatia desse montante destinada à saúde caiu nos últimos anos. Entre 2019 e 2022, a porcentagem de impostos investidos na área só diminuiu. Em 2023, houve uma leve recuperação, com 25,77% da arrecadação destinada ao setor. No entanto, no ano passado, o percentual caiu novamente para 23,55% – o menor dos últimos seis anos.

A Constituição determina que os municípios devem investir, no mínimo, 15% de sua arrecadação na saúde. Apesar de Guarulhos estar acima desse limite, o cenário na cidade deixa claro que a gestão dos recursos é, no mínimo, ineficaz.

Novo Governo, Velhos Problemas

A nova administração municipal assumiu em janeiro e herdou um sistema de saúde em colapso. No início do ano, a fila de espera era de 250 mil consultas e 270 mil exames. Segundo a gestão atual, mutirões foram realizados para tentar reduzir essa demanda, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

A prefeitura também argumenta que está lidando com um déficit de R$ 300 milhões na previsão orçamentária, o que dificulta novos investimentos. No entanto, especialistas apontam que a falta de planejamento e gestão é o verdadeiro problema. Recursos federais e estaduais estão disponíveis para complementar os serviços de saúde, mas dependem de ações concretas do município para serem acessados.

Enquanto a administração pública não resolve a crise, os moradores de Guarulhos seguem enfrentando um sistema de saúde ineficiente, onde conseguir atendimento médico se tornou um verdadeiro desafio.

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