A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o e-mail apresentado no processo judicial é o convite formal para a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Bolsonaro, que é investigado pelo STF, busca autorização para participar da cerimônia, marcada para a próxima segunda-feira (20), em Washington, além da devolução de seu passaporte, retido pela Justiça.

A polêmica começou quando Moraes questionou a validade do documento anexado por Bolsonaro, alegando que o e-mail apresentado não possuía características de um convite oficial. O documento, enviado pelo endereço eletrônico “info@t47inaugural.com“, foi descrito pelo ministro como um material sem menção clara à programação ou elementos formais geralmente associados a convites desse tipo.

Em resposta, os advogados de Bolsonaro argumentaram que o domínio do e-mail, “t47inaugural.com”, foi registrado exclusivamente para convites e comunicações relacionadas ao evento, uma prática comum em cerimônias presidenciais nos Estados Unidos. A defesa anexou uma tradução juramentada do e-mail e destacou que, culturalmente, os EUA valorizam a boa-fé dos remetentes e punem rigorosamente qualquer falsificação de informações.

O argumento da defesa

Segundo os advogados, o “T47” no domínio faz referência ao “Mandato 47” de Trump, indicando autenticidade do convite. “A autenticidade do e-mail é confirmada pela correspondência do domínio existente tanto no endereço eletrônico quanto no website oficial do comitê inaugural”, afirmaram os defensores no documento enviado ao STF.

A defesa também destacou que o convite foi enviado ao deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, por meio do comitê inaugural de Trump, que seria o responsável por toda a organização do evento.

Enquanto Moraes avalia os novos argumentos apresentados, a autorização para a viagem de Bolsonaro e a devolução de seu passaporte seguem pendentes de decisão.